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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Crise econômica e a “faxina” na Europa

O agravamento da crise econômica na Europa derrubou vários líderes do poder e outros já estão na mira. A renúncia do premiê Grego, George Papandreou, anunciada ontem (9), e a previsão de renúncia do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, são bons exemplos da “faxina” política que a crise vem fazendo na Europa.

A “faxina” pode não se restringir apenas ao cenário político. A ameça que agora se impõe sobre a Itália pode sinalizar possíveis mudanças para o futuro da zona do euro. A economia italiana é a oitava do mundo e a terceira maior da Europa, segundo analista é grande demais para ser resgatada [e para quebrar]. O sinal amarelo acendeu para os europeus e a chanceler alemã já declarou, sem muitos esclarecimentos, que alguns tratados da União Européia talvez necessitem de mudanças.

Os programas de ajuste exigidos pelo mercado para os países atingidos na Europa, como vem sendo exigido agora para a Itália, tocam na ferida de um dos grandes legados europeus: a Política de Bem-Estar Social. Esse modelo pode ter contribuído para o embaraço financeiro de vários países europeus e as medidas agora exigidas para os mais encrencados desfavorecem a sua prática.

Apesar dos esforços, as medidas adotadas na Europa ainda não foram suficientes para segurar a crise. É urgente que a União Européia tome medidas mais rigorosas e efetivas para impedir que o problema se torne ainda maior. Num cenário ainda pior, caso a crise não seja controlada, outras grandes economias – como a americana – podem sofrer consequências mais graves e espalhar ainda mais os efeitos da voracidade da crise pelo mundo.

O FMI já alertou para o risco do mundo viver uma “década perdida” caso os governos não tomem decisões rápidas e efetivas para controlar a crise. O que a Europa realmente precisa é ceder à necessidade de urgência da situação para validar e colocar em prática todos os ajustes necessários para frear a dívida, caso contrário, poderemos entrar “numa espiral de incertezas”, como declarou o FMI.